quarta-feira, abril 25, 2007

25 de Abril



Primeiro que tudo agradecer aos heróis que acabaram com a ditadura, entre eles o Grande Salgueiro Maia (1944-1992) que saindo de Santarém (minha cidade!) foi até ao Terreiro do Paço afirmar a vontade de todo um povo censurado e com muita sede de mudança. É de louvar tamanha coragem de todos esses Grandes Homens. Defendo que em vez de haver nos telejornais jornalistas a perguntar aos jovens o que foi o 25 de Abril, na esperança de mostrar que são muito poucos os que sabem, deveriam ser feitos documentários, acções de formação ou qualquer coisa que faça com que todos possam ter a sorte de saber o que foi este grande dia de viragem, de mudança, DE LIBERDADE. Já muito ouvi falar de algumas aventuras feitas à revelia das autoridades, pessoas que se escondiam para ouvir rádio, encontro secretos e tertúlias de pequenos revoltados. Tudo isto me dá vontade de ter vivido um pouco desses tempos, nasci 16 anos depois mas nem por isso deixo de ter vontade de ouvir sempre mais e mais pequenas grandes histórias que os antigos mantêm guardadas e das quais falam sempre com enorme saudade e orgulho.



VIVA A LIBERDADE!!!!




PEQUENA BIOGRAFIA DE SALGUEIRO MAIA
(http://www.uc.pt/cd25a/wikka.php?wakka=salgmaia)

terça-feira, abril 24, 2007

Futuro fantasiado ao luar

Tudo está bem e somos muito felizes..
Mais um dia de trabalho pela frente que começa muito cedo, o despertador fica agitado e nervoso emitindo sons que uma vez penetrando nos nossos ouvidos nos fazem despertar de um sono quentinho, e confortável junto do nosso mais que tudo. De manha, quando acordamos o melhor que podemos vislumbrar é a cara um do outro, trocar um sorriso preguiçoso, um beijo meio adormecido e a recordação de uma noite bem passada é sem dúvida a melhor maneira de começar o dia.. Depois de já bem acordados um de nós tem de tomar a iniciativa de se levantar, ele levanta-se mas eu puxo-o como se fosse quase um crime não ceder, preciso de um beijo, um toque, um sinal, de que ainda estamos felizes e apaixonados (embora saiba que nunca estive tão certa de nada como da nossa felicidade juntos). Os ponteiros escorregam majestosamente descrevendo sempre ângulos diferentes ao longo do relógio e os minutos já só dão para cada um de nós pegar no seu carro e dirigir-se para mais um dia de azáfama. O dia é passado praticamente sem comunicarmos, porque no fundo é sabido que mesmo no interior dos pensamentos rola o nome um do outro e a lembrança de que em breve iremos novamente encontrar-nos. Finalmente, mais uma viagem no meio do trânsito que chega a congestionar a ordem de pensamentos que tento organizar bem no fundo da minha mente.. Mais um cigarro (para quê? Para ir mais depressa para o reino dos sem reacção? Nada de cigarro!), e lá estou eu no meio do trânsito a tentar pensar em qualquer coisa que faça com que o tempo passe mais depressa (há aquelas pessoas que descarregam o stress na buzina do carro, vêem que a fila está enorme e que fazer barulho não vai fazer o caso mudar de figura mas tentam), nada resulta. Depois de vencida mais esta batalha é tempo de entrar em casa, tomar um duche e aguardar por ele, que chega sempre mais tarde. O portão começa a abrir e aproxima-se o reencontro após 10horas de ausência. O sol despede-se preguiçoso e dá lugar ao luar, às estrelas e à nostalgia do amor. A célebre pergunta “Como correu o dia?”, a célebre resposta “Bem, mas cansativo!”. O sofá chama pelos corpos cansados e nós obedecemos, o carinho e o calor um do outro faz o cansaço dissipar-se no ar. Já recuperadas as baterias do amor é hora de partilhar a mesa, sentados de frente quase nos alimentamos apenas dos olhares profundos que partilhamos. Agora é a cama que grita pela nossa presença e nós, como ao sofá, fazemos-lhe a vontade. Está quentinho o nosso ninho, apetece partilhar aquele silêncio, aquele beijo, aquela sensação de missão cumprida. Amanha será mais um dia, estaremos preparados para enfrentar tudo de novo, porque nos temos um ao outro como recompensa de tanto esforço, só assim vale a pena lutar!